Por Favor, Mais Uma Dose de "True Blood"

A espera acabou. A terceira temporada de “True Blood” estreou prometendo sucesso de crítica, audiência, belos corpos nus, sexo e muita confusão por causa dos vampiros e humanos - agora também pelos lobos - que fazem a roda da história girar. Produzida pelo canal HBO, a série tem chamado atenção não só por tratar de assuntos vampirescos, mas porque é uma alegoria da sociedade americana e mundial contemporânea. Nos EUA, o episódio de estréia desta temporada teve 37% a mais de telespectadores sintonizados na história do que no primeiro episódio da segunda.

Em “True Blood”, os vampiros já conseguiram sair de suas alcovas e estão “inseridos” na sociedade. Ok, ainda enfrentam preconceitos, são alvos de ataques violentos por religiosos fervorosos e por pessoas que não os entendem. Mas conseguiram se fazer notar e exigem direitos civis. Para os mais modernos e civilizados, os humanos deixaram de ser o “prato principal” nas horas da fome sedenta. Eles agora tem a disposição uma espécie de sangue sintético, ou seja, artificial para se saciar, criado por cientistas japoneses. A bebida sanguinolenta é vendida em bares, supermercados, lojas de conveniências, enfim, em todos os lugares que se imagina a venda de produtos também destinados para os humanos.

Para quem ainda não sabe nada da série, a trama se passa numa cidadezinha fictícia do interior dos EUA, no sul do país, chamada Bon Temps, lá vive Sookie Stackhouse – vivida por Anna Paquin, a menina encantadora do filme “O Piano” -, uma garçonete telepata que apaixona-se pelo charmoso e misterioso vampiro Bill Compton.

Além dos olhares tortos dos amigos, irmão e dos moradores de Bon Temps, Sookie precisa combater os seus próprios medos e inseguranças para manter o romance com Bill, que é vítima de diversos ataques... entre eles estão os dos traficantes de sangue de vampiros, que se bebido dizem causar efeitos incríveis como uma grande libido e uma certa “onda”, muito superior a de qualquer outra droga. Além, dos ciúmes quase declarado por parte do grande “delegado” dos vampiros, chamado Eric, que interessa-se pelo poderes telepatas e atributos físicos de Sookie. Há uma guerra entre vampiros e humanos, mas existe também uma batalha de egos entre os soturnos sugadores.

Se fosse preciso definir “True Blood” em uma palavra, ela seria diversidade. Diversidade de tipos. Existem personagens complexos como o da menina negra que sempre acha que é vítima de preconceito quando contrariada; a mãe desta menina que é alcoólatra e se diz vítima de demônios; o cozinheiro gay, garoto-de-programa e traficante de sangue de vampiros entre tantos outros. Isso sem falar dos seres sobrenaturais que aterrorizam a pequena cidade da Lousiania, como os metamorfos e mitológicos. Impossível não se identificar com algum ou mesmo com vários.

O mundo do entretenimento tem sido bombardeado nos últimos anos pelas inúmeras adaptações das histórias de vampiros, esta em particular é diferente. Por vezes lembra até Quentin Tarantino. É deliciosamente over, bizarra, louca, moderna e de tão exagerada com a fantasia, que os episódios tornam-se um mix de referências engraçadas e cults.

“True Blood” é uma adaptação dos livros da escritora Charlaine Harris pelo criador da série “A Sete Palmos”, Alan Ball. A série que estreou em setembro de 2008, já faturou alguns dos principais prêmios da televisão norte-americana como um Globo de Ouro, um Emmy e quatro Satellite Awards. Até mesmo a abertura dos episódios já foi premiada, mas cá entre nós, ela é incrível! E a música "Bad Things" de Jace Everett aliada a poderosa edição das imagens resulta em uma sequência arrebatadora. Vale a pena prestar atenção!

Então, fica a dica para quem quer diversão “engajada”, sangue, sexo e histórias de outros mundos: “True Blood” é um programaço, exibido aqui aos domingos, no HBO Brasil, às 22h. Corra, a estreia da terceira temporada começou por aqui domingo passado, dá tempo de pegar o trem rumo à Bon Temps.