A Leveza da Vida!

Solveig Dommartin em Asas do Desejo: Que a vida seja mais leve!

A vida é algo fabuloso. Em apenas uma existência, podemos experimentar as sensações mais diversas possíveis. Podemos amar incondicionalmente, assim como podemos ser cruéis, amargos e odiosos. Somos sempre dúbios. Queríamos ser apenas um, mas ainda não conseguimos. Tentamos, verdade, mas o caminho é árduo e achamos a vida menos leve do que nos aparenta. Quem faz a vida ser mais leve? Eu ou o universo ao meu redor? Acredito nos ensinamentos de Buda, cada um constrói a própria felicidade, vive de forma mais harmoniosa ou não. Vê através dos campos ilusórios a verdade particular, há quem não a queira ver. Pois acha q a vida fica mais fácil, mais colorida, mais apropriada para se viver.

Às vezes a vida parece um balanço, um trapézio. Nos sentamos, embalamos e começamos a sentir a fluidez de se estar latente. De vez ou outra giramos, fazemos piruetas, estripulias, palhaçadas, o que é a vida se não um grande circo? Que cabe as diferenças, as minorias, as crenças, o convencional, o moderno, o verdadeiro, o ilusório. Mas neste mesmo espaço cabe a simplória e ignorante falta do pensar, do respeitar, do acreditar. Aprenderemos um dia a fazer parte do universo sem demarcar, lutar, falar, gritar ou desacreditar o outro? Este seria talvez um dos maiores espetáculos já visto, comprovar que a alma humana é realmente do tamanho do mundo, bem daquele “jeitinho” que acreditamos ser.

A vida só não é mais leve porque não deixamos, não queremos, não mudamos. Parece que somos feitos de barro e não de uma essência inexplicável e Divina. Poderíamos sentir com mais freqüência o frescor de uma vida feliz, plena e justa se levássemos em conta o quanto somos frágeis e irmãos um do outro. Exercitar o bom-senso e a responsabilidade é algo duro, mas eficaz no combate do que vemos diariamente estampado nos noticiários. Que a vida seja leve, mas não menos professora que é, não menos sábia do que é, não menos rica, divertida e colorida do que é, mas que seja realmente aquela que escolhemos viver e decidimos acreditar, que seja a nossa.