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"(...) Fiquei pensando quem iria ler aquilo tudo. Mas, por outro lado, quem escreve não fica pensando nisso; escreve porque quer escrever. Depois, quem quiser que o leia - espera o escritor, e esperamos nós (...)". * Livro: Maria Madalena, A Mulher que Amou Jesus

11 de jan. de 2008

Sexo, Futuro e Ficção Misturada à Realidade

Aparência humana, sentimentos artificiais e satisfação sexual garantida
Que os sex shops atualmente ganham muito dinheiro com a liberdade sexual destes tempos modernos em que vivemos não é mais novidade - ou ainda é?! – mas que as bonecas infláveis e os outros ‘binquedinhos’ fálicos serão objetos do desejo obsoletos em 40 anos, acredito que seja. Bom, explicarei melhor. Nas próximas décadas surgirão novos seres e eles não serão mutantes. Eles serão capazes de oferecer o melhor do sexo, você poderá programá-los para lhe satisfazer da maneira que quiser. A esta altura você já deve ter entendido quem serão os amantes do futuro: cyborgues, vulgarmente conhecidos como robôs.

A revista Época publicou na edição de 17 de dezembro de 2007, nº 500, uma entrevista com o pesquisador escocês em inteligência artificial e autor do livro “Love and sex with Robots”, David Levy. O título da matéria era: “Os Robôs serão os melhores amantes”. Entre uma pergunta e outra, Mr. Levy fala dos avanços da tecnologia no âmbito da robótica e de como ele acredita que as relações serão construídas entre homens e máquinas.

Como será a nossa convivência? Nos apaixonaremos pelos robôs? Quem poderia os ter? E por quê? E depois que cansarmos ou que nos apegarmos a outro, apenas o desligaríamos? Isso é ético? Isso tudo é um devaneio científico de quem assiste filmes produzidos em Hollywood? Parece que não. Quem tem lido ou simplesmente assistido a jornalísticos televisivos, freqüentemente tem visto algo do gênero, criado e testado lá na terra do sol nascente, leia-se Japão. Atualmente já existem testes em robôs que reproduzem movimentos faciais e reproduzem sons. Alguns já formulam frases. A robótica anda a passos largos em direção à evolução.

Uma das perguntas feitas ao pesquisador é a atração. Como ela acontecerá, já que ela depende de substâncias químicas liberadas pelo cérebro? Segundo Levy, existem muitas empresas que estão desenvolvendo odores artificiais. E no futuro será possível imprimir mensagens com cheiros, por exemplo. Será vendido em cartuchos de tinta, igual aos das impressoras do seu computador.

Outra questão inquietante é quem comprará e quem poderá fazer isso. Os preços poderão variar entre US$ 20 mil a US$ 15 mil. Pessoas tímidas, que tenham problemas com a auto-estima, talvez sejam o público alvo. Mas o pesquisador afirma que a curiosidade é um grande motivo para futuramente um indivíduo querer experimentar o sexo com máquinas. E afirma que a timidez ainda seja um dos grandes problemas para a construção das relações afetivas, sendo assim, pessoas com esta personalidade, poderiam ser felizes e terem amor mútuo. Quando o assunto é sexual, os robôs seriam ainda mais especiais para dar prazer. Eles serão capazes de falar, mover os braços, as pernas e terão emoções artificiais. Serão incansáveis para a satisfação. O que ainda precisa ser desenvolvido é a área da inteligência artificial, principalmente para que eles consigam manter uma conversa.

Prova de que nós humanos nos apegamos às máquinas é o Tamagotchi, segundo ele. Este bichinho virtual, que exigia cuidados, foi um sucesso no mundo todo, isso sem falar dos carros, vídeo games. São máquinas que de alguma forma despertam prazer e felicidade aos seus “adoradores”. Mesmo assim, acredita-se que existirá muita resistência por parte da sociedade, como ainda há em relação aos homossexuais ou relacionamentos inter-raciais, que fogem do que ela toma como normal e aceitável moral e religiosamente.

Blade Runner? Matrix? Inteligência Artificial? O Homem Bicentenário? Este momento histórico da ciência em que estamos vivendo nos remete a estes filmes com toda certeza, mas pelo que parece a ficção científica da sétima arte tem se tornado algo palpável. Ao invés de chamarmos de ficção, que tal mudarmos a categoria destes trailers que prenunciam o caminhar do homem para premonição científica? Sinceramente, ainda acho cedo para comemorar a incrível potencialidade da nossa mente ou então sentir medo do que podemos nos tornar. O Futuro há quem pertencerá?