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"(...) Fiquei pensando quem iria ler aquilo tudo. Mas, por outro lado, quem escreve não fica pensando nisso; escreve porque quer escrever. Depois, quem quiser que o leia - espera o escritor, e esperamos nós (...)". * Livro: Maria Madalena, A Mulher que Amou Jesus

14 de ago. de 2007

Diversidade = Ser Alguém Melhor

Diversidade = Variedade, Multiplicidade (dicionário Houaiss, página 175)
O conceito de diversidade parece tão simples quanto a definição oferecida pelo dicionário, mas será que o encaramos como tal? Mesmo com o exercício diário, às vezes temos dificuldades em aceitar o diferente. A diversidade nos coloca à prova de que o "estranho" sugere mudanças, nos levando a revisão de valores e atitudes, desencadeando quase que de imediato a reformulação daquilo que já tínhamos como a nossa única e sagrada verdade. Pobres de nós, mal sabemos que neste mundo estamos para aprender, para mutar... para transformar.

Nada é permanente já disseram e profetizaram alguns pensadores. Os idiomas sofrem interferências, novas palavras surgem, outras são inseridas através de línguas estrangeiras. Algumas culturas milenares sofrem com a modernidade, se adaptam para que as suas identidades não desapareçam por completo. O importante é trocar, acrescentar. A busca por mais informação também nos aproxima cada vez mais do novo, do inusitado e isso desperta a vontade em conhecer, de querer mais. São os reflexos do termo "Aldeia Global"? É, talvez sejam. Mas para conhecer, precisamos estar prontos para absorver, caso contrário, o esforço será inútil. Em tempos contemporâneos, se desarmar de velhos preconceitos é lei.

O que percebemos ou lembramos sempre que nos deparamos com algo "novo", é que estamos tão acostumados em agregar o que já nos é familiar, o que nos reflete, que o diferente, passa a ser uma ameaça. A diversidade sexual, cultural, étnica, religiosa, científica, política e o que mais se possa imaginar neste aspecto, já renderam inúmeras teses acadêmicas, discussões sem fim, guerras e intolerância. Mas a minha tese é a de que não existe nada melhor do que sabermos que do outro lado da rua existem outros costumes que não os seus; que na casa daquele amigo, a família adora uma comida da qual você nunca provou. Que o seu vizinho ouve um tipo de música que você não tem a mínima idéia qual seja o estilo. Dos homens que preferem as loiras ou dos homens que preferem outros homens, ou ainda, das mulheres que preferem outras mulheres. Da igreja que prega aos gritos, mas lava as almas de quem acredita no sermão; dos adornos nos pescoços compridos daquelas mulheres exóticas lá do outro lado do mundo. Você já parou para pensar que diversidade tem haver com outras duas palavras? Diversidade rima com respeito e diversão. E o mundo seria bem mais fácil para se viver, se cada um de nós respeitasse a diversidade que o outro carrega.

Nem tudo que vejo, aprendo e tento aceitar neste universo da diversidade faz parte da minha vida, do meu dia-a-dia, mas adoro saber que ela está lá. Pronta para que outras pessoas possam descobri-la e "enriquecer". Sou contra o movimento da massificação, uniformização, seja ele qual for. É o "não igual" que me faz acreditar nas palavras que certa vez ouvi de um participante destas mesas redondas, tão em moda na televisão hoje em dia. Ele falava exatamente sobre a diversidade. Infelizmente não poderei reproduzir aqui fielmente a frase, mas era mais ou menos assim: “Por que falamos tanto em proteger as florestas? Porque quanto mais protegemos, mais diversificada ela fica e quanto mais diversa, mais rica, mais forte...”. Talvez se “pegarmos” o espírito destas linhas consigamos entender o valor de se viver em um mundo colorido, falante, diverso e ainda tão necessitado de diálogo e tolerância, aspectos que encontramos nos sinônimos de multiplicidade.

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