Meu Dramalhão Favorito
A novela “A Favorita” mal acabou e já deixa saudade. Depois de acompanhar fielmente durante meses a novela da Rede Globo, devo admitir que sou um noveleiro em potencial. Mas também é preciso esclarecer que poucas me divertiram e me emocionaram tanto quanto “A Favorita”. Lembro-me com a mesma saudade de “A Viagem”, remake de 1994, e de “Força de um Desejo”, de 1999.
As chamadas da história de João Emanuel Carneiro antes da estréia, durante a programação, já indicava o que viria pela frente. Nelas era possível ver as atrizes Claudia Raia (Donatela) e Patrícia Pillar (Flora) falando o mesmo texto, onde acusavam uma a outra pelo assassinato de Marcelo Fontini. Então, o folhetim estreou no horário nobre com as seguintes dúvidas: Qual das duas protagonistas teria matado Marcelo? Teria Flora pagado por um crime que não cometeu? Donatela, a perua, seria tão dissimulada que enganou a família Fontini durante 18 anos?
Dois meses se passaram, o público noveleiro do Brasil não acostumado com o “joguinho psicológico” da trama principal, começou a abandonar a história. Flora “pressionada” pelo Ibope revelou ao telespectador que era a única culpada pelo tal assassinato. E a partir daí, passou a ser autora de inúmeras maldades que se refletiram em infortúnios para muitos personagens.
Nos capítulos seguintes, Donatela caiu em desgraça. Ela foi presa, abandonada, forjou a própria morte e o restante da saga é fácil de lembrar, pois ainda está fresca na memória. A mocinha passou o restante da trama tentando provar que era inocente e procurando por provas capazes de incriminar a sua irmã adotiva e companheira de palco dos áureos tempos da dupla sertaneja Faísca e Espuleta.
Ao contrário da grande maioria das novelas que a antecederam, “A Favorita” criou uma linguagem própria, fosse pelo posicionamento dos atores em cena, pela trilha sonora, pelo ritmo da história, sempre acelerado e sem enrolação. Não podia-se ficar um dia sem ver a novela, pois tudo acontecia e os personagens tomavam outros rumos. O autor não economizava histórias e nem humanidade aos personagens. Até a mocinha apresentava fragilidades comuns e errava nos julgamentos. Desta vez, não abandonei a trama no meio, como tenho feito nos últimos anos. Se não assistia aos capítulos, via mais tarde pelo site da novela, ou gravava através do velho e bom vídeo cassete.
Fugindo dos tradicionais clichês da teledramaturgia, “A Favorita” acabou conquistando o telespectador brasileiro, fazendo a audiência se consolidar. O que se provou, foi que é possível fazer algo inovador e que cumpra o seu principal papel: entreter. Se no primeiro momento o público rejeitou as inovações, logo depois acabou as aceitando. É preciso inserir aos poucos estas “saudáveis” mudanças a um veículo de massa como a televisão, engessado pela audiência ou por idéias desgastadas.
As chamadas da história de João Emanuel Carneiro antes da estréia, durante a programação, já indicava o que viria pela frente. Nelas era possível ver as atrizes Claudia Raia (Donatela) e Patrícia Pillar (Flora) falando o mesmo texto, onde acusavam uma a outra pelo assassinato de Marcelo Fontini. Então, o folhetim estreou no horário nobre com as seguintes dúvidas: Qual das duas protagonistas teria matado Marcelo? Teria Flora pagado por um crime que não cometeu? Donatela, a perua, seria tão dissimulada que enganou a família Fontini durante 18 anos?
Dois meses se passaram, o público noveleiro do Brasil não acostumado com o “joguinho psicológico” da trama principal, começou a abandonar a história. Flora “pressionada” pelo Ibope revelou ao telespectador que era a única culpada pelo tal assassinato. E a partir daí, passou a ser autora de inúmeras maldades que se refletiram em infortúnios para muitos personagens.
Nos capítulos seguintes, Donatela caiu em desgraça. Ela foi presa, abandonada, forjou a própria morte e o restante da saga é fácil de lembrar, pois ainda está fresca na memória. A mocinha passou o restante da trama tentando provar que era inocente e procurando por provas capazes de incriminar a sua irmã adotiva e companheira de palco dos áureos tempos da dupla sertaneja Faísca e Espuleta.
Ao contrário da grande maioria das novelas que a antecederam, “A Favorita” criou uma linguagem própria, fosse pelo posicionamento dos atores em cena, pela trilha sonora, pelo ritmo da história, sempre acelerado e sem enrolação. Não podia-se ficar um dia sem ver a novela, pois tudo acontecia e os personagens tomavam outros rumos. O autor não economizava histórias e nem humanidade aos personagens. Até a mocinha apresentava fragilidades comuns e errava nos julgamentos. Desta vez, não abandonei a trama no meio, como tenho feito nos últimos anos. Se não assistia aos capítulos, via mais tarde pelo site da novela, ou gravava através do velho e bom vídeo cassete.
Fugindo dos tradicionais clichês da teledramaturgia, “A Favorita” acabou conquistando o telespectador brasileiro, fazendo a audiência se consolidar. O que se provou, foi que é possível fazer algo inovador e que cumpra o seu principal papel: entreter. Se no primeiro momento o público rejeitou as inovações, logo depois acabou as aceitando. É preciso inserir aos poucos estas “saudáveis” mudanças a um veículo de massa como a televisão, engessado pela audiência ou por idéias desgastadas.
“A Favorita” foi um marco para a televisão e suas telenovelas, mesmo quando paramos para analisar os fracos núcleos que cercaram a trama principal, como o da mulher que traia o marido e como “castigo” foi achincalhada pela cidade inteira e depois teve a redenção com a morte. Ou a falta de coragem em assumir um possível romance/ aventura sexual entre duas mulheres maduras. Fora estes “moralismos“ que não conversavam com o restante, a novela chegou ao seu final com a missão cumprida: nos encheu de sensações típicas e que só encontramos em um cafona, porém delicioso dramalhão.