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"(...) Fiquei pensando quem iria ler aquilo tudo. Mas, por outro lado, quem escreve não fica pensando nisso; escreve porque quer escrever. Depois, quem quiser que o leia - espera o escritor, e esperamos nós (...)". * Livro: Maria Madalena, A Mulher que Amou Jesus

11 de abr. de 2007

Para Ouvir, Decorar e depois Cantar!

'Say It Right', da cantora Nelly Furtado, é POP demais, mas me conquistou direitinho
Há alguns dias, andando de carro pela cidade, com o “meu amor” do lado, ouvi uma música no rádio com uma batida melancólica, mas mesmo assim dançante. Não sei explicar o que aconteceu. Ela me arrebatou. Tanto que aqui estou escrevendo sobre esta música. Infelizmente neste mesmo dia, distraído com as paisagens cariocas não ouvi de quem era tal canção. Dias se passaram e então descobri que a música que tinha conquistado os meus sentidos era ‘Say It Right’, da canadense com descendência portuguesa, Nelly Furtado. O que me causou certo espanto, pois não sou fã e nem acompanho a carreira desta cantora.

A partir daí, fui procurar a letra da música, o que me cativou ainda mais. O refrão gruda nos ouvidos, as inúmeras versões remixes já estão rolando nas pistas de dança. Acredito que seja só mais um produto de sucesso fugaz, do mundo POP. Mas devo admitir que me conquistou direitinho. Na minha vã interpretação, me deparo como muitos de nós não sabem para onde ir. Procuramos por algo, por alguém que mate a nossa sede de felicidade. Buscamos nas noites errantes, nos dias intermináveis, nos sonhos que nunca se realizam. O que podemos fazer é agarrar as vivências e aprender com elas, sem usar ninguém como muleta ou amparo para as nossas falhas. Somente quando entendermos qual o verdadeiro significado para isso, é que teremos a real noção de como somos sagrados. Desta forma, poderemos de alguma maneira gozar plenamente de sensações vibrantes, autênticas, da paz profunda e cumprir com a nossa missão.

De tempos em tempos elegemos uma música para embalar as nossas histórias, as nossas angústias, as nossas decisões. Já tive na minha trilha sonora, músicas de Chico Buarque, Elis Regina, Cartola, Vinícius de Moraes, Cazuza, Madonna, George Michael, Christina Aguilera e agora tenho de Nelly Furtado. E olha que não me considero eclético. Talvez as minhas exigências tenham mudado. Às vezes uma batida eletrônica, sintética e forte, me fale muito mais do que palavras, textos rebuscados e elegantes. Hoje quero a simplicidade, a facilidade para não perder tempo. Quero ouvir e logo sentir. Amanhã, quem sabe Mozart não seja o meu guru?! Só sei que sem música não posso viver, se não tiver os acordes que me fazem feliz, me sinto só, triste, vejo a vida em preto e branco, fico incapaz de produzir. Ouço música mesmo que seja somente para uma boa faxina entre os meus velhos papéis.

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