O Rei do Pop
Michael Jackson - 29/08/1958 * 25/06/2009

O universo Pop está de luto. Relutei em escrever sobre a morte de Michael Jackson, mas não consegui ficar sem “comentar” sobre o fato que tem ganhado espaços generosos nos noticiários há mais de uma semana. Só se fala da morte do Rei do Pop em jornais, revistas, programas de televisão e sites. Imaginem como deve estar os fóruns de discussão na Internet. É difícil saber se as pessoas buscam por um conforto pela perda de Jackson, pela curiosidade que a trajetória do ídolo gerou ao longo da vida ou se é um desejo simples e mórbido sobre a “partida” e os mistérios que cercam especificamente este caso. Estava Michael usando abusivamente de drogas? Sofria de alguma doença grave, a qual escondia? Foi a linha tênue entre a exentricidade e a loucura que desencadeiou uma “histeria” coletiva de fãs e curiosos mundo afora? Até agora, como foi notíciado, 12 fãs já se suicidaram no mundo, alegando não suportar viver sem o astro, que fez história na música.
Desde os Anos 70, Michael Jackson “sofria” da felicidade e da tristeza de ser quem era. Criador de músicas inesquecíveis e de boa parte do que se entende por entretenimento nos dias de hoje, sofreu abusos psicológicos e físicos do pai, obstinado pelo sucesso dos filhos, da doença de pele e das inúmeras cirurgias plásticas que o fizeram um novo homem. Homem que queria ser eternamente criança. O Peter Pan da vida real. Mas infelizmente sem a detenção dos poderes de criação de uma típica fábula. Se o final foi feliz para ele não sabemos e a impressão de quem assistiu e assiste o desfecho desta história é de que foi obscuro, frio e solitário.
Talvez Neverland fosse o paraíso criado antecipadamente por Michael, onde ele poderia ser quem realmente era. E lá, deveria ter permanecido, respeitando os próprios “complexos de Greta Garbo”. Pois quando os atos abrem caminho para o “freakshow”, o talento pouco importa. Inexplicavelmente vende-se mais com as tragédias alheias, esquecendo-se de como foi dourado o caminho até ali.

Agora o que se vê são fãs emocionados pelo mundo, familiares comovidos com a perda, testamento despertando especulções, filhos que não conhecem as mães e parecem estar no meio de uma disputa judicial, dívidas acumuladas, turnê cancelada e uma coleção de sucessos revisitados e cantados pelos maiores nomes da música atual em maratonas de homenagens. Os últimos momentos de vida ainda rendem outros tantos capítulos da saga Michael Jakson.
O jovem cantor negro, que chamou a atenção de todos no início da carreira pela voz e pelo carisma, criou paradigmas e que provocam dúvidas inerentes de quem era Michael Jackson: Frágil? Doente? Gay? Infantil? Louco? A única certeza que podemos ter é sobre o seu talento e o legado que deixou. Algo de inestimável valor para a cultura Ocidental e para quem quiser fazer um Raio X da era em que vivemos: Excessos, exposição, fama, dinheiro, escândalos, sucesso… A vida do Rei do Pop tem sido até "o seu final" um produto, mais uma “obra” comercializada e imortalizada seja pelos milhões de acessos às páginas de busca da web, revistas lidas, jornais vendidos ou pela transmissão televisiva. Afinal: “(…) Who’s Bad?”.
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