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"(...) Fiquei pensando quem iria ler aquilo tudo. Mas, por outro lado, quem escreve não fica pensando nisso; escreve porque quer escrever. Depois, quem quiser que o leia - espera o escritor, e esperamos nós (...)". * Livro: Maria Madalena, A Mulher que Amou Jesus

1 de mai. de 2009

A Onda Anos 80

Tuff Turf: Resurgiu na minha memória com a volta dos Anos 80
Chegou a vez da Década de 1980 entrar na moda. As “ondas da revisita” escolheram os anos de cores fluors para protagonizar este momento. No mundo fashion, as referências já aparecem nas passarelas e entre os mais descolados indivíduos. A cintura voltou a subir, a calça ficou justa, o volume dos ombros é evidente. A música tem resgatado sonoridades e artistas que fizeram sucesso há mais de 20 anos e que agora voltam à cena. Filmes da época, tornaram-se cult e hoje chamam a atenção de quem faz a cabeça.

Desde que fui atingido por esta "onda oitentista", comecei a lembrar de um filme, lançado em 1985, chamado
“Tuff Turf”, mas enfrentava dificuldades em lembrar de maiores detalhes sobre o roteiro, pois quando o assisti, não deveria ter mais do que sete anos. Pois bem, recentemente, encontraram o filme em um destes sites de downloads para mim. Não pude resisti e o vi novamente - detalhe, ninguém comercializou, foi apenas para a minha humilde e nula apreciação, até porque é raro encontrá-lo em locadoras ou sites de venda de DVDs.

Incrivelmente, a cada minuto que se passava, o filme despertava e aguçava a minha lembrança. De como precisei driblar a minha mãe para assisti-lo. De como a imagem daquela garota de cabelo longo, de fios loiros e frisados me encantou e de como sonhava com a bicicleta do mocinho. Claro que depois que o assisti, cheguei na escola e queria comentar com os colegas sobre o que tinha visto, mas a maioria limitava-se a falar de desenhos dos estúdios da Walt Disney ou similares. Talvez aí tenha surgido a minha primeira frustração com os amigos escolares.

"Tuff Turf", que no Brasil também recebeu o título de “Rebelde”, tinha no elenco nomes até então desconhecidos, mas que anos mais tarde se tornariam famosos tanto pelos trabalhos quanto pela vida pessoal, como é o caso de Robert Downey Jr., que curiosamente na época ainda não usava o Júnior. O papel principal era o de James Spader, que anos depois ganhou o prêmio em Cannes de "Melhor Ator", pelo longa "Sexo, Mentiras e Videotapes".

A história de "Tuff Turf" mostra a diversidade da cultura norte-americana e uma juventude de baixa renda, desacreditada, envolvida com drogas e delitos. Morgan, papel de Spader, é um jovem rebelde e inteligente, que muda-se para Los Angeles, depois que a família faliu nos negócios. O pai vira taxisista, o irmão é o exemplo do bom moço e referência de sucesso para a mãe. O rebelde rapaz, volta aos estudos e apaixona-se por Frankie e adivinhem, ela é a namorada do líder de uma gangue. E assim segue-se o filme, Morgan mostrando um outro mundo para a pretendida namorada e despertando a ira do rival.

Com o passar do tempo, passamos naturalmente a nos sentir mais nostálgicos. Não sei o motivo, mas com esta "onda Anos 80", lembrei do que me despertavam os sentidos na infância e que felizmente carregamos como referência para o resto da vida. Lembro do vídeo game Atari, que emprestava do meu tio, da fábrica de sucessos que Michael Jackson foi, da jovem abusada e transgressora Madonna, do desenho "Jem e As Hologramas" - alguém lembra disso além de mim? -, da abertura do Fantástico, das músicas do Cazuza e Marina Lima, da novela "Fera Radical", da minha bike Monark amarela e preta, dos filmes "Flashdance", "Blade Runner" e "Ruas de Fogo". Não dá para esquecer, dá?!